Meu espectador
Recentemente encontrei meu espectador.
Na rua poeirenta
Ele segurava nas mãos uma maquina britadeira.
Por um segundo
Levantou o olhar. Então abri rapidamente meu teatro
Entre as casas. Ele
Olhou expectante.
Na cantina
Encontrei-o de novo. De pé no balcão.
Coberto de suor, bebia. Na Mão
Uma fatia de pão. Abri rapidamente meu teatro. Ele
Olhou maravilhado.
Hoje
Tive novamente a sorte. Diante da estação Central
Eu o vi, empurrado pela Guarda Municipal
Sob o comando das autoridades.
Abri meu teatro. Sobre os ombros
Ele olhou:
Acenou com a cabeça.
Bertolt Brecht (Quase)