trupeolhodarua@gmail.com

3 de março de 2008


Meu espectador

Recentemente encontrei meu espectador.

Na rua poeirenta

Ele segurava nas mãos uma maquina britadeira.

Por um segundo

Levantou o olhar. Então abri rapidamente meu teatro

Entre as casas. Ele

Olhou expectante.

Na cantina

Encontrei-o de novo. De pé no balcão.

Coberto de suor, bebia. Na Mão

Uma fatia de pão. Abri rapidamente meu teatro. Ele

Olhou maravilhado.

Hoje

Tive novamente a sorte. Diante da estação Central

Eu o vi, empurrado pela Guarda Municipal

Sob o comando das autoridades.

Abri meu teatro. Sobre os ombros

Ele olhou:

Acenou com a cabeça.

Bertolt Brecht (Quase)